População se locomoveu até a FAP acreditando que teria gratuidade na última noite. A organização, no entanto, descumpriu o anunciado e cobrou R$ 30,00 pela entrada
Depois de crianças morrendo vítima de leishmaniose em Parauapebas no primeiro semestre de 2018, a prefeitura do município decidiu ostentar e liberou nada menos que R$ 990 mil para a realização da 14ª Feira Agropecuária de Parauapebas. De acordo com o governo, o valor destinado ao Sindicato dos Produtores Rurais serviria para promover a participação dos produtores, bem como incentivar a realização de atividades sociais, culturais, recreativas e de lazer voltadas à comunidade.
Tanto dinheiro, que falta para a saúde, infraestrutura e educação, parece sobrar para que fazendeiros exponham os seus trabalhos e realizem seus negócios. Os shows, que seriam as “atividades culturais voltadas à comunidade”, não foram realizados de maneira gratuita. Todos os dias, quem desejou ver seu artista favorito precisou tirar do bolso para tanto. Não por acaso, a edição de 2018 da FAP foi uma das que reuniu menos público e que gerou mais comentários negativos nas redes sociais.
Apesar de tudo, a organização da FAP prometeu ao parauapebense que o último dia, domingo (9), seria diferente. O show da dupla Gino e Geno teria entrada franca. Milhares de pessoas deixaram suas residências na esperança de aproveitar um pouco o dinheiro público derramado no evento e se divertir.
Na entrada do local, no entanto, a frustração. Para assistir ao show, o cidadão teria que pagar R$ 30,00. Muita gente desistiu do evento.
Toda a FAP 2018 foi marcada pela desorganização e as críticas. O desfile da rainha foi um show de horrores e a falta de comunicação entre a organização foi nítida. A cavalgada, por sua vez, foi o pior: além do transtorno por conta do trânsito, o caso da égua que morreu por exaustão ainda repercute nas redes sociais.
Com tantos problemas na realização da Feira, transtornos com pessoal e até propaganda enganosa, a pergunta que não quer calar: o que foi feito com todo o dinheiro público “investido” no evento?