A Polícia Federal deflagrou hoje (14/7) a Operação Mapinguari, no Pará. A ação visa aprofundar investigação sobre vazamento de informações de operação da Polícia Federal cometido, em tese, por um servidor da própria Instituição.

A operação conta com a participação de 35 policiais federais, que deram cumprimento a 8 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Marabá/PA. As diligências ocorreram em Belém/PA, Marabá/PA, Parauapebas/PA e Goianésia/GO. Houve ainda decretação do afastamento das funções do agente público investigado.
A investigação remonta ao ano de 2018 e trata especificamente da violação de sigilo funcional ocorrida durante o desencadeamento da nominada Operação Migrador, trabalho investigativo conduzido à época pela PF, em Marabá/PA. Este visava apurar atuação de organização criminosa dedicada à exploração ilegal de minério de manganês.

O vazamento trouxe prejuízo para investigação, uma vez que parte dos investigados teve conhecimento antecipado da ação policial, acarretando a não-localização de alguns dos alvos no dia da deflagração.
A operação de hoje alcança, além do próprio servidor, seis empresários ligados à exploração ilegal de manganês do sudeste do Pará, os quais, de acordo com as apurações, tiveram acesso indevido às informações da Operação Migrador.
O ex-candidato à prefeitura de Belém em 2020, o delegado federal Everaldo Eguchi, é o alvo da “Operação Mapinguari”, da Polícia Federal. A informação foi confirmada pela assessoria do delegado.

A assessoria de Everaldo Eguchi informou que deve se pronunciar sobre a operação ainda na tarde desta quarta.
Eguchi foi o segundo colocado nas últimas eleições municipais, em Belém. Ele chegou até o segundo turno, mas perdeu com 48,24% dos votos (364.003) para o candidato do PSOL, Edmilson Rodrigues. O candidato derrotado chegou ao segundo turno após alcançar 23,06% (167.599) no 1º turno das eleições.
Os crimes investigados são de violação de sigilo funcional, corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa, com penas previstas superiores a 20 anos de reclusão.
O nome da operação faz alusão a figura lendária protetora da floresta amazônica.
Fonte: Comunicação Social da Polícia Federal no Pará