No estado que ostenta duas usinas hidrelétricas, cidade ao sul do Pará ainda depende de combustível fóssil para gerar energia elétrica
A realidade é dura, mas precisa ser noticiada. Em pleno estado do Pará, unidade da federação que ostenta as hidrelétricas de Tucuruí e Belo Monte, Santana do Araguaia, localizada na região sudeste, pode ficar sem energia elétrica. O motivo? A cidade depende de combustível fóssil para movimentar grupos geradores de eletricidade. Com a greve dos caminhoneiros, o abastecimento de combustível na cidade foi interrompido e ninguém parece ter explicações para tal absurdo.
Nas redes sociais, o problema foi destacado pelos munícipes e o pânico, misturado com a revolta, tomou conta dos santanenses.
“Podemos ficar sem água, internet e cerveja gelada, é mole?”
“É melhor abastecer com velas.”
“Mais de 50 mil habitantes e ainda estamos saindo da pré-história.”
De acordo com o morador Humberto Alencar, a Celpa já informou que o combustível em estoque só deve durar até o próximo sábado. “Sem a energia entraremos em um estado de verdadeira calamidade pública. Nós vamos ficar sem água, sem internet, sem hospitais, sem bancos. A situação é mais grave do que se pode imaginar.”
A greve dos caminhoneiros segue sem previsão para término. Graças ao abandono do poder estadual, mais de 55 mil pessoas, habitantes de Santana, de acordo com o censo de 2009, poderão ficar sem a preciosa energia elétrica. Em um dos estados mais ricos da federação, é justo que uma população tão grande volte à idade da pedra?
Canaã dos Carajás
Em Canaã, a situação também não é das mais favoráveis. Vários postos de combustível já estão sentindo os efeitos da greve nacional dos caminhoneiros. Filas se formam nos locais e alguns postos já não têm mais gasolina. Em entrevista, o motorista Elias Silva falou sobre o momento dramático vivido pelo país. “É difícil para todos nós e acho que vai só piorar. No entanto, talvez seja necessário esse momento de paralisação. Quem sabe a gasolina não fica mais barata, não é?
Parauapebas
Em Parauapebas, a corrida é para (quem diria) gastar uma fortuna e garantir combustível nos veículos. As filas são quilométricas em praticamente todos os postos. A crise generalizada deve afetar quase 200 mil pessoas na Capital do Minério.