Ligações telefônicas foram interceptadas e incriminaram, mais uma vez, o delegado de Polícia Civil
Delegado de Polícia Civil, candidato a vereador com quase 500 votos, celebridade nas redes sociais com mais de 40 mil seguidores e uma imagem cada vez mais suja diante da sociedade. Esse é o resumo do delegado Bruno Fernandes, outrora um dos maiores expoentes da justiça em Canaã dos Carajás. Preso em agosto de 2017 após denúncias de um esquema criminoso de liberação de motocicletas roubadas na delegacia que dirigia no munícipio, o homem da lei começou a ser julgado em dezembro do ano passado. De lá para cá, muitas reviravoltas no caso e Bruno chegou até a ser liberado da prisão.
Sem pisar o pé em Canaã desde o segundo capítulo de seu julgamento em janeiro deste ano, Bruno sumiu das redes sociais e pareceu estar quieto, aguardando seu julgamento. No entanto, uma ligação interceptada de Cláudio Nascimento, investigador de Polícia Civil preso junto com Bruno, para um famoso criminoso da cidade, José Dimas Brito, mais conhecido como ‘Gordinho das Populares’, levou o conhecido criminoso para a prisão.
Após o telefonema, Gordinho foi preso e, depois do seu depoimento, a Justiça emitiu dois mandados de prisão contra os policiais civis. Bruno já foi conduzido para o Centro de Recuperação Anastácio das Neves, em Santa Izabel do Pará, e Cláudio é considerado foragido, pois tem ciência do mandado e ainda não se entregou.
O Ministério Público afirma ainda que pelo menos três pessoas que estão ligadas ao caso dos policiais presos foram mortas de forma misteriosa no último ano. Entre estas, Jonciclei Noleto dos Santos, o DJ Johnson, que seria o ‘atravessador’ no esquema das motocicletas vendidas.
Por meio do depoimento do Gordinho das Populares, o MP entendeu que Bruno é o cérebro por trás do esquema criminoso e Cláudio o seu subordinado.