‘Efeito Bolsonaro’ e a vitória quase certa no 2º turno agitaram o mercado e valorizaram a moeda brasileira
O dólar segue em baixa ante o real pelo segundo dia seguido e chegou a romper o patamar dos R$ 3,70, ao cair à mínima no mercado à vista nesta terça-feira, aos R$ 3,6988 (-1,06%). Perto das 11h30, o dólar recuava 0,79% e era cotado a R$ 3,7093. O ajuste amplia as perdas da moeda americana acumuladas no mês para mais de 8% ante o real, precificando a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, segundo operadores de câmbio.
Já a Bolsa abriu em firme alta e aproxima-se dos 85 mil pontos com apoio das ações do chamado kit eleições. “O mercado está precificando a vitória do Bolsonaro”, afirmou um operador do mercado de ações. “Depois o mercado vai acordar para ver o que está acontecendo”, ponderou o profissional.
Entre os papéis do “kit eleições”, os destaques eram Banco do Brasil ON (+2,60%) e Eletrobrás ON (+3,53%) e PNB (+2,57%) às 10h31. Nesse horário, o Ibovespa subia 1,51% e marcava nova máxima aos 84.621 pontos. “A Eletrobras ainda reage à possibilidade de o eventual ministro da Fazenda e do Planejamento, Paulo Guedes privatizar parte da geração da elétrica”, afirmou o profissional.
A sondagem confirmou na noite desta segunda-feira, 15, uma larga vantagem para o capitão reformado, como era esperado nas mesas de operação, que obteve 59% dos votos válidos, enquanto Fernando Haddad (PT) teve 41%. Na pesquisa, a rejeição ao candidato do PSL está em 35%, enquanto ao petista aparece com 47%.
Do lado externo, a recuperação das bolsas internacionais e o desempenho misto do dólar são monitorados. A moeda americana mostra sinais ambíguos ante divisas fortes e emergentes, com os investidores no aguardo por novos catalisadores, de acordo com relatório do BBH. A influência dos Treasuries também é destacada. Embora os juros dos bônus do governo americano operem em alta nesta terça-feira, a retração em relação ao recente pico tem deixado o dólar subjugado.
Nas bolsas, depois de uma sessão negativa ontem, os índices futuros em Nova York apontam para uma abertura em alta, apoiados por notícias em geral positivas dos balanços corporativos.
(Estadão)