Copa de 2019 pode ter sido a última de Marta, Formiga e Cristiane. É preciso juntar os cacos, investir na base e formar campeãs. Que venham as Olimpíadas agora!
A Seleção Brasileira de Futebol Feminino acaba de ser eliminada da Copa do Mundo de 2019. Na prorrogação, a equipe de Marta, Cristiane e Formiga acabou perdendo por 2 a 1 de uma França mais estruturada, mais preparada e mais bem treinada. Não bastasse todos estes predicados, as francesas jogavam em casa e, diga-se de passagem, com apoio maciço de sua torcida. O Brasil perdeu, mas jogou de igual para igual com uma seleção que tem como base o Lyon, time tetracampeão europeu de futebol.
Em campo, o que se viu foi uma Seleção Brasileira disposta a avançar para as quartas de final. Os problemas antigos ficaram evidentes: um meio campo mal montado por Vadão e uma defesa desorganizada eram triunfos para o adversário. No ataque, porém, o Brasil era poderoso: as velozes Debinha e Ludmilla eram um pesadelo para a zaga francesa. A experiência de Marta e Cristiane era um alento em um Brasil que dependia, e muito, do futebol das duas. Por sua vez, Formiga, aos 41 anos, desfilou vitalidade e capacidade técnica tendo, inclusive, contribuído na jogada do gol brasileiro.
O Brasil caiu nas oitavas mais uma vez, mas caiu de pé. As mulheres da Seleção deram de ombros para o favoritismo francês e conseguiram superar problemas como os desfalques de Andressa Alves e Erika, e a incapacidade técnica de Vadão. Este, inclusive, precisa deixar o cargo e dar lugar a alguém que esteja à altura de uma Seleção Brasileira.
A Copa de 2019 pode ter sido a última de Marta, Formiga e Cristiane. Mas há talentos. Debinha tem apenas 27 anos. Andressinha, 24. Geyse, 21. Como sempre, é preciso investimento e um olhar mais atento às seleções de base do país.
Já em 2020, teremos a Olimpíada de Tóquio e o Brasil, duas vezes medalhista, tem pouco mais de um ano para organizar o seu meio-campo e dar condições para suas atletas renderem o máximo. O trio de veteranas deve estar presente nos jogos do ano que vem e, então, encerrarão um ciclo.
Resta saber como este ciclo será lembrado: como um time de perseverantes campeãs olímpicas ou de talentosas e esforçadas mulheres que ficaram marcadas pela ausência de títulos.
A Olimpíada ano que vem dará a resposta para este questionamento.
(Kleysykennyson Carneiro)
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